quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Rumo ao Atacama! (parte I): San Pedro e Mina Chuquicamata

Ah! Já faz duas semanas e ainda não escrevi nada sobre a viagem ao Atacama que eu, Ná, Luna e pai  - e depois também Domingo – fizemos no começo de dezembro. É que nossos últimos dias no Chile foram dedicados às viagens que fizemos ao deserto e a La Serena, além das despedidas, e por essa razão não tive tempo de escrever até agora, que já estou no Brasil. Mesmo com o atraso, vale a pena ler sobre esse fantástico lugar chamado Atacama. São tantas as histórias que dividirei a viagem em três posts.

Chegamos ao deserto mais árido do mundo no dia 9 (quinta-feira) às 12h30, após um conturbado voo de Santiago a Calama. O avião, da Lan, sério, tremia demais! A decolagem e a aterrissagem foram terríveis, e para melhorar o piloto falava tão rápido que não dava de entender se dizia “vamos cair” ou “boa tarde”. Mas pela tranquilidade que os chilenos estavam ao escutá-lo acho que a segunda opção era mais válida. Aterrissamos.
Calama fica na Segunda Região, de Antofagasta, e possui cerca de 200 mil habitantes. Mas nosso destino não era exatamente este, e sim San Pedro de Atacama, à uma hora mais de distância por terra.  No próprio aeroporto reservamos um transfer que nos levou até nosso hostal.
Chegando em San Pedro é impossível não se surpreender com a quantidade de poeira e terra em tudo! Bom, no meio do deserto, como constatamos nos dias seguintes, é impossível se livrar da sujeira: melhor acostumar-se com ela. Ainda estávamos entrando em San Pedro, passando por várias casinhas simples e pequenas, quando o motorista falou: “Hostal Candelaria”. Achei que a Nayara e a Luna fossem ter um ataque.
- É aqui mesmo? Ele tem certeza? Isso não é uma favela?
Descemos do transfer e com as malas na mão batemos na porta. Dela saíram gatos e cachorros, como o Diego havia comentado que aconteceria, pois ele que recomendou este hostal. Mas, como os próximos dias nos mostraram, era mesmo um bom lugar para ficar.
Após fazer o check-in com Mirian, uma recepcionista local muito cuidadosa, tratamos de deixar as malas no quarto e passear pela cidade. Em 15 minutos de caminhada era possível estar no centro da cidade.Logo descobrimos que não era só a área onde estava nosso hostal que era ‘simples’: San Pedro inteira é feita de casas pequenas, de barro, todas da mesma cor da areia no deserto. Até nas ruas principais da cidade, como a Caracoles, onde sempre se acham muitos gringos europeus e asiáticos, sejam com seus notebooks na praça central ou passeando pela cidade com bicicletas alugadas.
Já na primeira noite no deserto resolvemos fazer o primeiro passeio: um tour astronômico. Isso porque estávamos em um dos lugares com a melhor visão celeste do mundo! Às 21h partiu um ônibus carregado de turistas para a visita a um observatório a céu aberto.
O céu atacameño é inenarrável. A partir das 21h, quando escurece, todo o céu fica pontilhado com trilhões  de estrelas, que brilham desde o horizonte até acima de nossas cabeças. É mágico. O guia do passeio ainda tinha nas mãos uma caneta laser, com a qual desenhava as constelações no céu, maravilhando japoneses, franceses, ingleses, americanos e nós, os brasileiros.
Após a visita, que durou duas horas e incluiu um chocolate-quente no final (lembrando que à noite o deserto  é extremamente frio), voltamos para San Pedro, onde uma surpresa nos esperava: o Domingo, que supostamente estava no Brasil, apareceu na porta de nosso hostal. Veio passar seu aniversário, que seria no dia seguinte, conosco.
Na sexta-feira, 10, acordamos às 9h e fomos para Calama. O Domingo resolveu incluir em nossos planos uma visita à mina de cobre de Chuquicamata, a maior mina do Chile e uma das maiores a céu aberto do mundo.
A visita durou perto de duas horas. Nela você recebe uma explicação sobre todo o processo de fabricação do cobre, além da visita ao mirador, que fica na beirada da mina. O único problema é que para entrar você precisa usar capacete, blusa de manga comprida e calça. E ninguém nos avisou. Para resolver a situação o guia nos emprestou calças dos trabalhadores de Chuquicamata. O único problema foi o tamanho das calças: 44. E usamos 38. Mas tudo bem, pois como diria a Luna, “tudo pelo cobre”.
Após a visita a Chuquicamata fomos também a uma cidadezinha chamada Chiu-chiu. O que fizemos lá?  Tiramos fotos da igreja e da Plaza de Armas, as únicas coisas que existem ali, haha. Pela noite voltamos para San Pedro, onde comemoramos o aniversário do Domingo em um restaurante com uma fogueira no centro e muito pisco, claro. Nesse dia dormimos cedo, pois resolvemos fazer um passeio aos gêiseres de Tatio às 4h da manhã do dia seguinte.  Mas isso já é tema para outro post.

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