segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Parques, parques!

Uma das minhas grandes descobertas em Santiago é que parques públicos são excelentes destinos para a prática de exercícios e para passar o tempo! O que falta tanto em Floripa e em Joinville, tem aos montes por aqui. Ontem cheguei à conclusão de que preferia trocar algumas praias da Ilha de SC por uns parques! Perto na nossa casa aqui tem o Parque Quinta Normal, onde há vários museus, brinquedos para crianças, espaço para exercícios ao ar livre e inclusive o campus de Medicina da U. de Chile. Diariamente eu e Lary corremos lá, um lugar extremamente central e seguro - de dia, pelo menos.
Neste último final de semana não saímos de parques. Sábado, eu, Lary, Outro e Javier fomos fazer um piquenique no Parque O'Higgins (já fiz um post em agosto sobre o lugar). O dia estava ensolarado, então liberamos nossas crianças interiores e corremos para os balanços, gangorras e escorregadores! Depois, sentamos na grama e descansamos: jogamos cruzadinha em espanhol, encontramos uma joaninha no chão, corremos atrás do Javier (que jogou grama no meu cabelo), comemos sanduíches e simplesmente ficamos deitados curtindo aquele momento tranquilo. Como curtimos a experiência, domingo resolvemos ir ao Quinta Normal jogar volêi. Compramos um bola e nos encontramos com Javier e um colega de faculdade. Depois se juntaram a nós Outro, Lenilson, Maicon e Bruno. Além de vôlei, jogamos um jogo que não lembro o nome, mas que cada pessoa escolhe um país e, quando tem seu nome chamado, corre atrás da bola e tenta acertar o amigo mais próximo. Quem olhasse não acreditaria que aquelas pessoas todas estão na universidade. Hahaha.
Esses foram mais uns daqueles momentos que eu considero impagáveis e apenas proporcionados pela existência destes lugares maravilhosos!

domingo, 17 de outubro de 2010

Amigos chilenos

Tem uma coisa que não falamos até agora no blog, mas que acho importante escrever, até como uma forma de homenagem: sobre os nossos amigos chilenos. Sim, porque desde que chegamos em Santiago, muitas pessoas nos acolheram e nos ajudaram a nos ambientar e conhecer alguns detalhes do dia-a-dia chileno.  Entre eles, alguns nomes se destacaram, e acho interessante que vocês também saibam quem são eles:

-Domingo: certamente o nome mais importante da lista! O Domingo, grande amigo do nosso pai há mais de três décadas (eles se conheceram em um mochilão pela América Latina e desde então mantêm contato), é como se fosse o nosso ‘pai chileno’. Foi ele quem nos buscou no aeroporto no dia 10 de agosto, quando recém tínhamos pisado em terras chilenas, e até hoje nos liga diariamente para saber como estamos. Don Domingo (el mendocino) é uma pessoa ‘muy amable’, que não mede esforços para nos ajudar e nos explicar sobre os costumes e peculiaridades chilenas. Foi também com ele que viajamos ao sul do Chile (Valdivia, Puerto Montt e Chiloé), uma viagem inesquecível junto com seus filhos Francisca e Nacho.

-Nacho: filho do Domingo e, agora, nosso amigo também. Como dizem nossos pais, eu, Nay e Nacho iremos seguir a amizade que começou na geração deles, tornando possível uma boa relação entre Chile e Brasil. O Nacho mora em Valdivia, cidade ao sul de Chile, mas mesmo assim conversamos muito pela internet. Ele é muito bom com o português e já sabe usar ‘graus bons’, ‘graus maus’, ‘chocolate-quente’ e ‘coca-cola light’ como ninguém! Uma companhia agradável e muito divertida! (Kryzpo, te echo de menos!)

- Toño: Incrivelmente, foi o primeiro aluno de Jornalismo com o qual tivemos contato. E o que mais se aproximou de nós. Essa figura já nos ensinou muitas coisas sobre o Chile, como carretes (baladas), cervejas e peculiaridades do presidente chileno (sinônimos, sinônimos, sinônimos). Sempre disposto a passear conosco, nos apresentou lugares lindos da cidade, como o cerro Santa Lucía e a rua Manuel Montt, onde ficam ótimos bares. Certamente é o nosso guia turístico – e também fonte de informação sobre as paralisações que ocorrem no Jornalismo.

Diego Basly e Pablo: Sempre juntos, essa dupla é ótima para sair à noite e ter muitas conversas agradáveis. Companheiros de Miércoles Po, nos ajudam sempre que precisamos para escapar de ‘chicos locos’ (You’re from California, right?). Muito simpáticos, viraram com facilidade amigos de vários intercambistas brasileiros – eles já foram para o Brasil e até conheceram a cidade das laranjas em São Paulo (por quêee?). Sempre muito educados, são ótima companhia para ir a
qualquer lugar (precisamos ir a La Piojeraaaa!). Esperamos os dois em Floripa ano que vem!!!!

- Javier: O conhecemos nas aulas de vôlei, mas agora virou nosso companheiro de ‘tentativas’ de entrar em La Piojera, passeios pelo parque e de algumas cervejas. Talvez de todos seja o mais empolgado em aprender expressões brasileiras (já encheu uma folha com elas). Essa pessoa ‘fominha’ no vôlei é generosa em nos tirar dúvidas sobre o espanhol e ajudar a escapar de seus colegas loucos da engenharia nas festas na USACH.



Chicos, gracias por todo que ya hicieron por nosotras. La compañía de ustedes hace nuestra vida en Chile ser mucho más entretenida!!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Feriado em Santiago

Dia 11 de outubro foi feriado aqui no Chile. Na verdade, o dia de descanso é em outra data, ainda desconhecida por nós (projetos de jornalistas também têm o direito de não descobrir algumas coisas), mas tivemos a folga na segunda-feira. Aproveitamos para passear com amigos e descobrir mais novidades em Santiago! Saímos de El Punto eu, Lary e Lenilson (mineiro que comparte quarto com o Outro) com a intenção de irmos à La Piojera, um bar de menor prestígio, mas conhecido por ter o melhor terremoto* da cidade. (*bebida feita com vinho pipeño, sorvete de abacaxi e fernet). Pela segunda vez demos com a cara na porta, estava fechado. Assim, nos juntamos com nosso amigo chileno Toño, do jornalismo, e fomos dar uma volta pelo Mercado Central. Lá, graças ao Toño, provamos pela primeira vez a Chirimoya, fruta chilena com polpa branca, mole e doce que agradou a todos. Depois fomos ao setor de pescados para a Lary tirar umas fotos e descobrimos que o Lenilson não suporta cheiro de peixe! Como queríamos compensar o fato de o bar estar fechado, fomos até Bellavista (estilo Lagoa de Florianópolis, onde estão concentrados vários bares e casas noturnas) beber alguma coisa e aproveitar a tarde de sol. Nosso amigo Javier, que joga voley comigo e Lary na USACH, nos ligou e juntou-se a nós. A tarde foi muito divertida, compartilhamos o prazer que brasileiros e chilenos têm de falar mal de argentinos (hahah), aprendemos gírias locais e, como é de costume, tiramos algumas dúvidas de vocabulário dos chilenos que escutaram funk quando essa pérola brasileira fez sucesso por aqui. "O que é tchutchuca?"- eis uma das frases que mais escuto no Chile.
Ficamos no bar até as 19h, depois eu e Lary tínhamos um compromisso com o Domingo: iríamos a um restaurante japonês. A novidade por aqui é sushi com palta! Sim, com abacate! O que parece muito comum aos chilenos, comer abacate com sal, cebola e outras comidas salgadas, nos parece algo do outro mundo. Poucos brasileiros tiveram coragem de experimentar - e gostar - da palta. Imaginem a minha surpresa ao ver um sushi enrolado em abacate! Vou fechar o post com a frase que está virando meu bordão aqui: Coisas que só o Chile pode te oferecer...

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Va al paraiso - A caça aos mil tambores

Aos que não sabem, estamos desde sexta-feira à noite sem internet na residência universitária El Punto. Uma hora bastante adequada para isso acontecer, já que é nos finais de semana que o pessoal tira para conversar melhor com pais, namorados e amigos. Sem internet disponível, o melhor, na minha cabeça, seria inventar alguma coisa bem diferente para fazer com os outros intercambistas. Porém, não poderíamos imaginar a roubada em que a falta de acesso à rede nos meteria...
Sábado de manhã eu e a Nay acordamos com a ideia de irmos a Valparaiso, um balneário famoso perto da capital, para ver um tal de ‘Festival dos mil tambores’ que alguns amigos comentaram que aconteceria à noite na praia. Assim, sem poder verificar qualquer informação extra na web, arrumamos as mochilas e fomos bater de porta em porta atrás de companhia. Após alguns convites conseguimos juntar oito pessoas para a aventura: eu, Nay, Bárbara, Bruno, Karina, Maicon, Kiemi e Talita. E então fomos.
As passagens saíram bastante baratas: dois mil pesos o trajeto, o que dá aproximadamente R$ 8 por uma viagem de 1h50 (sendo que de Joinville a Floripa, que é a mesma distância, pago quase R$ 40!). Chegamos a Valparaiso às 17h e totalmente perdidos. O primeiro passo foi comprar a passagem de volta para às 5h20 da madrugada seguinte (para podermos aproveitar o festival), arranjar um mapa da cidade e pedir informação sobre os tais mil tambores.
Lição número um: nunca confie em um valparaiseño. Eles sempre te darão informações erradas. Já na rodoviária nos mandaram pegar um ônibus e descer no meio de um morro que parecia uma favela manezinha. E sem nada de tambores. Após pedirmos informações em algumas lojas, nos falaram para descer até a orla e procurar uma tal de ‘praça Violeta Parra’. No meio do percurso encontramos nossas amigas argentinas Mili, Laura e Andrea e também a Drieli, de SP. Nos juntamos na busca pelos tambores e pela tal da praça.
Decidimos pegar mais um ônibus, e após conversarmos com quase todas as pessoas – e ninguém conhecer a bendita praça – descemos em outro morro, perto de Playa Ancha, onde alguns diziam que teria uma festa. Enfim chegamos à praia, onde encontramos TRÊS tambores em meio a um grupo de jovens que estavam reunidos no local. Conversamos com um deles e, pelo nos disse, o desfile de tambores teria sido da sexta-feira! Após quase chorarmos, ele nos consolou dizendo que havia uma festa perto dali, mas que teríamos que pegar mais um ônibus para chegar lá. Sem muito o que fazer, já que nossa volta a Santiago seria de madrugada, resolvemos segui-los até o local.
Antes disso, como estávamos na praia, resolvemos molhar as mãos nas geladas águas do Pacífico. Claro que o nosso amigo sem noção, Maicon, tinha que aprontar alguma ‘brincadeira’ e me jogou no chão para encher meus cabelos de areia. Claro que os outros 10 correram atrás dele para jogarem-no na areia também (obrigada pela vingança, amigos!).
Após nosso terceiro ônibus chegamos à festa, que era literalmente um circo: uma lona armada com música cirquense, um pouco de malabarismo e gente muito doida. Já entramos com medo do local, e para ficar na ‘vibe’ do pessoal compramos cinco garrafas de pisco. Mesmo após terminá-las não nos ambientamos e decidimos ir para outro lugar.
Nós tínhamos um problema: ainda era meia-noite e não sabíamos para onde ir. Uns chilenos resolveram nos ajudar e após MAIS UM ÔNIBUS chegamos a um rua perto da orla onde havia uns barzinhos. O problema é que eram caros e a maioria de nós já estava cansada de tanto subir e descer morros. Após uma pequena discussão resolvemos ir para o terminal, onde poderíamos dormir enquanto o ônibus não chegava.
Tomamos um táxi até o terminal e, ao chegarmos lá, mais uma surpresa: o terminal estava fechado e só abriria às 5h. A essa altura a Nay disse que nossa noite dos tambores tinha virado a ‘noite dos horrores’. Estávamos com frio e cansados, e para melhorar um gari veio nos avisar que aquela zona era muito perigosa e que tínhamos que sair dali ‘o mais rápido possível’. Tentamos entrar no primeiro bar que vimos, mas ele estava fechando. O desespero já era tanto que tentamos negociar um quarto em um motel. Duas horas para 12 pessoas! Hahahaha! Mesmo após alguma insistência, não nos deixaram entrar, então continuamos à procura de um bar.
Achamos um não muito longe, onde só tinha pessoas mais velhas e uma nuvem de marijuana em nossas cabeças – havia gente vendendo droga no banheiro, para terem uma noção do local. Nosso cansaço era tanto os 12 praticamente dormiram na mesa até às 5h. Nunca os outros clientes do bar viram um grupo de jovens tão desanimados! Hahaha!
Às 5h deixamos o bar e voltamos para o terminal, que estava abrindo. O ônibus partiu para Santiago às 5h25, e viemos todos dormindo até a capital. Chegamos aqui às 7h10 e fomos direto para casa dormir.
Brincamos que Valparaiso é na verdade ‘va al paraiso’, porque certamente não era ali. Na verdade, a cidade é linda e tem muitos lugares interessantes para conhecer. Mas, como concluímos, o nosso grande problema foi a falta de internet na El Punto. Da próxima vez ou checamos melhor a informação antes de viajar sem rumo, ou ficamos em casa mesmo.

Laryssa D'Alama