Agora vamos aos acontecimentos do 'adiós':
Chegamos de La Serena de ônibus sexta-feira pela manhã. Fomos para El Punto descansar e, logo após desfazer as malas da curta viagem, dar início ao tão temível momento: organizar a bagagem pro Brasil. Na vinda, por sorte, não sei, nossas malas não foram pesadas, mas a minha bolsa veio no limite dos 23kg permitidos em voos na América Latina. Após me abastecer com material da universidade, litros de vinho e algumas outras lembrancinhas para amigos brasileiros, eu e Lary sabíamos que teríamos excesso de peso na bagagem. Para evitar pagar os 60 dólares para quem ultrapassa a cota em até 10kg, fizemos o seguinte: colocamos todo o possível na bagagem de mão, que permite até 8kg. Porém, no momento do embarque não as apresentamos para a pesagem e passamos ilesas de uma possível cobrança. A minha mala chegou aos 21kg, só não pesou mais por falta de espaço, enquanto a da Lary alcançou quase 30kg e não escapou da taxação... Mas o conteúdo fez valer a pena: vinhos, pisco, chocolate.
Na tarde da sexta fomos à USACH buscar os documentos necessários para a validação do

À noite, aproveitamos a corriqueira festa de sextas na universidade e fizemos uma 'despedida'. Claro que 99% dos nossos amigos presentes estariam na festa do dia seguinte en El Punto, na véspera da nossa viagem.
Sábado foi o dia de terminar as malas - ou melhor, socar todo o possível para dentro das bolsas. Usamos uma balança velha (com um índice de 3kg de diferença para mais ou para menos) encontrada por amigos na nossa residência para tentar controlar o peso da bagagem. No final da tarde terminei a tarefa e tentei descansar um pouco para a festa da noite. Já que o voo meu, da Lary, Diego Outro, meu pai, Luna e Giuliano eram entre às 7h e às 8h da manhã, resolvemos que 'pasaríamos de largo' a noite, ou seja, não dormiríamos, somente festaríamos. E assim foi. Muitos amigos da Engenharia Elétrica (curso do Giu e do Maicon) estavam em nossa casa para a despedida. Teve churrasco, muita bebida e, é claro, muitos abraços e choradeira. "Me acuerdo del día en que nos conocimos..." "Cómo vuela el tiempo!" "Te echaré de menos." estavam entre as 'top frases' da noite. Apesar do clima de alegria e tristeza, não chorei em momento algum. Talvez pela ansiedade de chegar logo em casa e rever meus amigos, família e namorado, talvez por saber que tudo tem seu tempo. Não fiz drama, apenas aproveitei com meus amigos aquele momento.
A Luna e o pai chegaram de La Serena 1h da manhã, apenas a da nossa ida ao ae
Tentei descansar por meia hora antes de começar a preparação para partirmos. Às 4h30 subimos num taxi que eu havia reservado e fomos ao aeroporto. O Giu estava triste, mas uma surpresa o fez ficar feliz: alguns de nossos amigos foram ao aeroporto levar uma câmera que ele esqueceu. E eu pude aproveitar para me despedir daqueles que não tive tempo quando saímos da residência. Poucos minutos antes do embarque dei tchau para o Giu na sala de espera da LAN.
O pai e a Luna foram num voo antes do nosso para São Paulo. Nos encontramos em Garulhos às 13h, de onde Luna foi de taxi para casa e nós aguardamos conexão para Floripa às 16h. O voo foi rápido e nele matei a saudade de algo: cerveja gelada. Não tivemos duvidas quando a comissária de bordo perguntou o que queríamos beber. O que me chocou ao descer em Floripa foi o calor. O calor e a umidade. O ar aqui é pesado, passei dias com dificuldade para respirar até me acostumar novamente. De todas as despedidas a mais triste foi a do Outro. Afinal, foram meses de 'convivência forçada', como ele mesmo dizia. Nossos namorados nos esperaram no aeroporto com flores e o Diego atendeu meu primeiro desejo de recém-chegada: uma passada pela beira-mar. No litoral o sol descia na terra, e não no mar. Eu estava em casa novamente.
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