quinta-feira, 26 de agosto de 2010

As noites em Santiago

No último final de semana saímos para conhecer e ver “qual é” a da noite santiaguense. Sexta-feira, eu e Lary fomos com o pessoal da moradia a uma balada de salsa e reggaeton, e no sábado o Outro reforçou o time para curtir uma noite brasileira supostamente embalada por forró (já explico).
A primeira saída foi cheia de novidades para mim, a começar pelo alto preço da tequila: quase R$ 12! Depois que todos os brasileiros e argentinos do grupo viraram uma dose para ajudar a desinibir e liberar o rebolado, fomos para a pista. O ritmo é muito animado, mas um tanto complicado para aprender a dançar. Por sorte, nossas colegas argentinas dominam melhor o assunto e nos auxiliaram a mover os quadris de acordo com a música. Certa hora um dançarino começou a agitar na frente da banda e todo o bar começou a imitar seus movimentos, numa coreografia relativamente sincronizada – não fosse o fracasso dos brasileiros que não acertavam o passo. Porém, o que nos falta em ritmo, nos sobra em empolgação! Éramos os que mais pulavam, gritavam e riam na festa. Após duas horas em movimentos frenéticos sem sentar descansar, fui convidada por um chileno para dançar. Como vi que o rapaz entendia do negócio, aceitei. Dançando de dupla pude perceber que alguns passos da salsa se parecem com o do forró. Descobri também que é possível dançar reggaeton a dois! Afinal, o ritmo que não para de tocar nas rádios de Santiago (sempre com a mesma batida de fundo) é um som bastante divertido para a balada.
Na volta para casa comprovei o que havia lido em alguns diários de viagem: taxistas exploram sim quem tem sotaque estrangeiro. A corrida para casa, que não era um percurso muito longo, saiu por 7500 pesos (R$ 30). Na ida o preço foi 5000 pesos (R$ 20), o que já havíamos considerado caro.
No sábado, optamos por um bar que oferecia uma noite brasileira com forró. Tocou de tudo: pagode, samba, axé, Rap das Armas (que faz muito sucesso por aqui) e, esporadicamente, forró. Mas para quem não ouve música nacional há algum tempo, o que viesse era lucro. Eu, que nunca havia saído no Brasil para dançar samba e pagode, dei uma de rainha da bateria. Parece muita pretensão, mas em uma festa onde estrangeiros não conseguem mexer os pés rapidamente ao mesmo tempo em que chacoalham as cadeiras acho que posso me conceder o título. O pior é que samba é muito difícil de ensinar. Tentei mostrar como são os passos para argentinas, mas creio que não obtive sucesso. O auge da noite foi quando um dançarino de axé à la Xanddy subiu no palco e começou a dançar para a galera acompanhar. Está aí uma coisa que nunca tinha feito no Brasil e deixei para experimentar do outro lado dos Andes. Não sei se minha falta de coordenação ou de noção de direita e esquerda me atrapalharam, mas considerei a missão humanamente impossível.
A noite foi muito divertida, quase não parei de dançar e consegui matar um pouco a saudade de casa.

Nayara D'Alama

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