sábado, 28 de agosto de 2010

A boa arte de abrir um vinho

É sábado, dia 28 de agosto, e estamos eu, Nayara e Outro no El Punto bebendo vinho branco Concha y Toro por seis reais e comendo peixe à milanesa. Com uma coca-cola na mão, brincamos que faremos ‘cuba de vinho’ no quarto mais tarde, mas na verdade vamos só rir e terminar a garrafa de vinho tinho (1,5 litro) que compramos ontem também por seis reais.

O que torna isso um novo post é o que se passou na cozinha da casa enquanto ainda elaborávamos nosso jantar. Eis que, enquanto eu fazia o arroz e a Nayara preparava o vinagrete, o Outro decidiu abrir a garrafa do vinho branco. Com pose de machão, pega a garrafa e anda pela cozinha procurando um abridor. É aqui que começam as gargalhadas.

Primeiro pelo seguinte fato: não tem abridor na cozinha. E o único abridor que tínhamos em mente estava no meu quarto guardado a sete chaves para somente – e somente – ser usado nem caso de emergência. Motivo: meu pai que me deu, então não é coisa boa. Trata-se de abridor comprado em Mendoza de um boneco de gaúcho com o saca-rolhas saindo, digamos, da calça dele. Subi no meu quarto, peguei o tal boneco e joguei em cima do Outro sem que ninguém percebe-se o que se passava.

Acontece que o que era para ser discreto virou o maior problema: a rolha não queria sair por nada deste mundo. Mesmo comigo segurando o vinho no chão e o Outro puxando o abridor para cima todo esforço foi em vão. Até que, em dado momento, aconteceu o pior: a rolha partiu ao meio.

Em um momento de fúria, enquanto toda sua força estava concentrada nas mãos que tentavam por tudo abrir a garrafa, o Outro olha para o céu e berra: 'Mas como é que eu vou abrir uma garrafa de vinho com o pinto de um gaúchooooo???!!!'

Não me aguentando mais de rir, fui cuidar das panelas e deixei o Outro encarregado de ajeitar a situação. Eis que o Outro entrega os pontos e pede para o Wagner, outro brasileiro, tentar abrir a garrafa. A parte mais fantástica é ver que o Wagner, sem dar atenção para a garrafa e continuando sua piada sem sequer interrompê-la, abriu a garrafa em menos de cinco segundos.

Com a garrafa na mão, o melhor foi comer o peixe e beber o vinho sem comentar o acontecido. Hahahaha!

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